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Por que não devo receber a Eucaristia?

Imagem retirada da Internet Primeiramente é preciso entender que no Evangelho de Mateus 19:3-9 -... Alguns fariseus aproximaram-se de...

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Nossa primeira formação


COMISSÃO REGIONAL DA PASTORAL FAMILIAR – SUL 3 - CNBB
SETOR DE CASOS ESPECIAIS
- CASAIS EM 2ª UNIÃO – GRUPO BOM PASTOR -







1- FUNDAMENTAÇÃO EVANGÉLICA:

* Efésios 5, 31-33: Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher e serão uma só carne. Esse mistério é grande, mas eu digo em relação a Cristo e à sua Igreja. Por isso, também, cada um de vós, ame sua mulher como a si mesmo e a mulher respeite seu marido”. É mistério de amor e de bondade de Deus.



* Mateus 19, 3-9: “Não lestes que o Criador no começo fez o homem e a mulher e disse: por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá a uma mulher e os dois serão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma ó carne. Portanto, não separe o homem, o que Deus uniu”. “Eu voz declaro que todo aquele que rejeita a sua mulher, exceto em caso de matrimônio falso, e esposa uma outra, comete adultério; e aquele que esposa uma mulher rejeitada, comete, também, adultério”.



* João 10, 14-16: “Eu sou o Bom Pastor, conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas me conhecem. Como o meu Pai me conhece, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; importa que eu as traga. Elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor”.



* Lucas 15, 4-7: “Quem de vós, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto, e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la? E depois de encontrá-la, põe-na nos ombros, cheio de alegria, voltando para casa, reúne seus amigos e vizinhos dizendo-lhes: ‘regozijai-vos comigo porque achei a ovelha que se havia perdido’. Digo-vos que haverá mais alegria e júbilo no céu, por um só pecador que fizer penitência do que por noventa e nove que não necessitam de arrependimento”.



* Lucas 15, 11-24: “Um homem tinha dois filhos. O mais novo deles disse ao Pai: ‘pai, dai-me parte dos bens que me toca’. Ele repartiu entre eles os bens. O filho mais novo partiu para terra distante e lá dissipou os seus bens, vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo, houve naquele pais uma grande fome e ele começou a sentir necessidade. Foi pedir emprego e foi mandado para os campos guardar os porcos. Caindo em si, desejou voltar a casa do pai e reconciliar-se. ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado de teu filho, trata-me como empregado’. Quando ainda estava longe, seu pai viu-o, ficou movido de compaixão, correu, abraçou-o e beijou-o; colocou o manto, o anel no dedo e o calçado nos pés. Mandou fazer uma festa porque o filho estava morto e viveu”. Não houve discurso ou explicação: houve amor e perdão”.





2- FUNDAMENTAÇÃO TEMÁTICA:

2.1- Exortação Apostólica “Familiaris Consortio” nº 84:



* “Exorto vivamente os pastores e a inteira comunidade dos fiéis a ajudar os divorciados, procurando, com caridade solícita, que eles não se considerem separados da Igreja, devendo, enquanto batizados, participar da sua vida. Sejam exortados a ouvir a palavra de Deus, a freqüentar o Sacrifício da Missa, a perseverar na oração, a incrementar as obras de caridade e as iniciativas da comunidade em favor da justiça, a educar os filhos na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras de caridade para assim implorarem, dia a dia, a graça de Deus. Reze por eles a Igreja, encoraje-os, mostre-se mãe misericordiosa e sustento-os na fé e na esperança”.
* “A Igreja, contudo, reafirma a sua práxis, fundada na Sagrada Eucaristia, de não admitir à comunhão eucarística os divorciados que contraíram nova união. Não podem ser admitidos, do momento em que o seu estado e condições de vida contradizem objetivamente aquela união de amor entre Cristo e a Igreja, significada e atuada na Eucaristia. Há, além disso, um outro peculiar motivo pastoral: admitindo-se estas pessoas à Eucaristia, os fiéis seriam induzidos em erros e confusão acerca da doutrina da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio”.

* “Agindo de tal maneira, a Igreja professa a própria fidelidade a Cristo e à sua verdade; ao mesmo tempo comporta-se com espirito materno para com estes seus filhos, especialmente para com aqueles que, sem culpa, foram abandonados pelo legítimo cônjuge. Com firme confiança ela vê que, mesmo aqueles que se afastaram do mandamento do Senhor e vivem agora nesse estado, poderão obter de Deus a graça da conversão e da salvação, se perseverarem na oração, na penitência e na caridade”.

(Papa João Paulo II – 22/11/1981)



2.2- Carta da Congregação para a Doutrina da Fé aos Bispos da Igreja Católica:



* “A doutrina e a disciplina da Igreja sobre os divorciados novamente casados, foram expostas amplamente na Exortação Apostólica ‘Familiaris Consortio’, onde reafirmando a prática constante e universal de não admitir à comunhão eucarística os divorciados que contraíram nova união, indicando os motivos da mesma, recorda aos pastores que por amor da verdade são obrigados a um cuidadoso discernimento das diversas situações. Igualmente anima os pastores a encorajar a participação destas pessoas nos diversos momentos da vida da Igreja, numa efetiva comunhão eclesial. Preocupa-se, a Igreja, por acompanhar pastoralmente tais pessoas e convida-as a participar na vida eclesial na medida em que isso seja compatível com as disposições do direito divino, sobre as quais a Igreja não possui qualquer poder de dispensa”.




* É necessário esclarecer os fiéis interessados para que não considerem a sua participação na vida da Igreja reduzida à questão da recepção da Eucaristia. Os fiéis hão de ser ajudados a aprofundar a sua compreensão do valor da participação no sacrifício de Cristo na Missa, da COMUNHÁO ESPIRITUAL, da oração, da meditação da palavra de Deus, das obras de caridade e de justiça”.

(Joseph, Cardeal Ratzinger – Congregação para a Doutrina da Fé – 14/09/1994)



2.3- XIII Assembléia Plenária do Pontifício Conselho para a Família – “Recomendações e Sugestões Pastorais a Respeito dos Divorciados Novamente Casados”:



* “Convidar os divorciados envolvidos numa nova união a reconhecer a sua situação irregular que comporta um estado de quebra da Aliança e a pedir a Deus a graça de uma verdadeira conversão; observar as exigências elementares da justiça para com os seus cônjuges no sacramento e para com seus filhos; tomar consciência das próprias responsabilidades nestas uniões; iniciar imediatamente um caminho rumo a Cristo – o único que poderá pôr fim a essa situação – mediante um diálogo de fé com o novo parceiro, para um progresso comum rumo à conversão, requerida pelo batismo, e sobretudo, mediante a oração e a participação nas celebrações litúrgicas, não esquecendo, porém, que eles, enquanto divorciados novamente casados, não podem receber os Sacramentos da Penitência e da Eucaristia; conduzir a uma compreensão mais aprofundada da importância da piedade eucarística, como por exemplo: a visita ao Santíssimo Sacramento, a COMUNHÃO ESPIRITUAL, a adoração ao Santíssimo; fazer meditar sobe o pecado, levando os fiéis a compreender melhor o Sacramento da Reconciliação; estimular a uma compreensão adequada da contrição e da cura espiritual, que pressupõe, também, o perdão dos outros, a reparação e o empenho efetivo no serviço ao próximo”.

(Pontifício Conselho para a Família – XIII Assembléia Plenária – 25/01/1997)

2.4 – Discurso do Papa João Paulo II “O sofrimento e a tensão pastoral da Igreja por causa dos lares desagregados” na abertura da XIII Assembléia Plenária do Pontifício Conselho para a Família:

* “O Sínodo de 1980 sobre a família, tomou em consideração esta penosa situação, e indicou as linhas pastorais para tais circunstâncias. Na Exortação Apostólica “Familiaris Consortio” encontramos: ‘A Igreja, com efeito, instituída para conduzir à salvação todos os homens e sobretudo os batizados, não pode abandonar aqueles que – unidos já pelo vínculo matrimonial sacramental – procuraram passar a novas núpcias. Por isso, esforçar-se-á infatigavelmente por oferecer-lhes os meios de salvação’ (FC 84). É nesse âmbito claramente pastoral que se enquadram as reflexões desse Encontro, em ordem a ajudar as famílias a descobrirem a grandeza da sua vocação batismal e a viverem as obras de piedade, caridade e penitência. A ajuda pastoral, porém, pressupõe que seja reconhecida a doutrina da Igreja expressa claramente no Catecismo: ‘Não cabe ao poder da Igreja pronunciar-se contra esta disposição da sabedoria divina’ (C 1640).

(Papa João Paulo II – 22/01/1997)


2.5 – Exortação “Reconciliatio et Paenitentia” nº 34:

* “Em relação àqueles que estão impedidos de receber os Sacramentos da Penitência e da Eucaristia a Igreja deve procurar exercer o princípio da compaixão e da misericórdia, segundo o qual ela como continuadora, na história, da presença e da obra de Cristo, não quer a morte do pecador, mas que ele se converta e viva o caminho do retorno a Deus e a reconciliação com ele. O outro princípio é o da verdade e da coerência, pelo qual a Igreja não aceita chamar de bem o mal e o mal de bem. Baseados nestes princípios complementares, a Igreja mais não pode do que convidar os seus filhos que se encontram nessas situações dolorosas, a aproximarem-se da misericórdia divina por outras vias, mas não pela via dos Sacramentos, até que tenham podido alcançar as condições requeridas. A Igreja deve demonstrar uma maternal bondade para com esses fiéis: apoio aos atos de piedade diversos dos atos sacramentais; esforço sincero para se manter em contato com o Senhor; participar da Santa Missa; repetição freqüente dos atos de fé, esperança e caridade e de contrição, quanto for possível prefeitos; poderão preparar o caminho para uma plena reconciliação no momento que só a Providência conhece. Lembrando-se sempre, que todos são profundamente amados por Deus e que não existe pecado que seja maior que o Amor de Deus”.

(Papa João Paulo II – 02/12/1984)


2.6- Concílio Ecumênico Vaticano II – Constituição Dogmática “Dei Verbum” nº 21/25:

* “A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras, da mesma forma como o Corpo do Senhor, principalmente na Sagrada Liturgia, sem cessar toma da mesa, tanto da Palavra de Deus, quanto do Corpo de Cristo, o Pão da Vida, e distribui aos fiéis. Porquanto ignorar as Escrituras é ignorar Cristo”.
* “Lembrem-se, porém, que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada pela oração e a fim de que se estabeleça o colóquio entre Deus e o homem; pois a Ele falamos quando rezamos; a Ele ouvimos quando lemos os divinos oráculos”.

(Papa Paulo VI – 18/11/1965)



3- BREVE HISTÓRICO

Em 20 de maio de 1993, este pioneiríssimo serviço da Pastoral Familiar para acolhimento e evangelização dos casais em 2ª união, iniciava sua caminhada pastoral e missionária. O Padre Francisco Ledur, então Vigário Paroquial da Paróquia Menino Deus, na Arquidiocese de Porto Alegre-RS, ao ler a Exortação Apostólica “Familiaris Consortio”, e ao constatar, também, o grande número de casais em 2ª união que inscreviam seus filhos para o Batismo ou para a Catequese da Primeira Eucaristia, foi inspirado pelo Espírito Santo para iniciar uma pastoral específica de acolhimento a esses casais em 2ª união, a fim de que não se sentissem excluídos do seio da Igreja. Convidou, então, para ajudá-lo nessa tarefa apostólica e evangelizadora, a Irmã Angelina, Coordenadora da Catequese na Paróquia, e o casal Anibal e Wilma Zambon. Surgia, assim, após as primeiras experiências, o Grupo Bom Pastor, que mais tarde obteve a aprovação oficial de Dom Altamiro Rossato, Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre-RS, constituindo-se num serviço da Pastoral Familiar denominado “Casais em 2ª União – Grupo Bom Pastor”.

Os antecedentes históricos da concretização e surgimento de atividades pastorais objetivando o acolhimento e a evangelização dos casais em 2ª união, estão registrados na própria caminhada da Pastoral Familiar no Brasil.

Em 1989 a CNBB, através do seu Setor Família, reestrutura a Pastoral Familiar no Brasil, criando a Comissão Nacional de Pastoral Familiar. Em 1990, no II Encontro da Coordenação Nacional da Pastoral Familiar e II Encontro Nacional dos Movimentos e Institutos Familiares, realizados em Brasília-DF que procurou lançar as bases da PF em nosso país, aparece em suas conclusões: “desenvolver atividades para os recasados, com orientações claras quanto a admissão aos sacramentos; realizar estudos, encontros e atividades para aprofundar a pastoral “dos casos difíceis” para casais em 2ª união; identificar e orientar esses casos, promovendo integração com a comunidade cristã; criar atividades de pastoral familiar, específicas, para seu atendimento; oferecer subsídios pastorais claros, baseados nos ensinamentos da Igreja; conhecer, estudar, analisar cada situação; organizar grupos de reflexão e de conscientização, encontros específicos; mostrar o ideal, mas acolher o real, sem medo ou tabus; acolhimento com tolerância, caridade e misericórdia; orientar e estimular a regularização de situações matrimoniais, encaminhando-as aos Tribunais Eclesiásticos competentes; convidar esses casais recasados para atuar na comunidade, não discriminá-los, não abandoná-los, nem leva-los a abandonar a comunidade”. Neste mesmo ano o Plano Anual das Atividades da CNPF estabelece estudos e diretrizes para viabilizar e desenvolver a atuação da PF, em todas as suas etapas (Formação de Agentes, Pré-Matrimonial, Pós-Matrimonial, Casos Difíceis – hoje denominado de Casos Especiais). Esse Setor de Casos Especiais incluía, particularmente, atividades objetivando acolher os casais separados, divorciados e recasados.

Em 1991 o Planejamento Estratégico da Comissão Nacional de Pastoral Familiar prevê em seu Projeto de “Formação de Agentes da Pastoral Familiar”, no item 2.6 ‘Formar Agentes Especializados para a Pastoral dos Casos Difíceis’: “efetuar um levantamento junto aos movimentos que atuam com famílias e setores da Pastoral Familiar, sobre atividades pastorais junto as famílias incompletas, principalmente, junto aos casais em 2ª união”. Em 08/11/1991 iniciava-se esse levantamento na busca de identificação de experiências práticas de atividades pastorais junto aos casais em 2ª união, trabalho este concluído em abril de 1996. Dentre as experiências encontradas destacava-se uma atividade que se apresentava como uma das mais sérias, madura e totalmente dentro da fidelidade ao Evangelho e ao Magistério da Igreja, em especial ao pensamento do Papa João Pulo II, na “Familiaris Consortio”, e da Congregação para a Doutrina da Fé na “Carta aos Bispos da Igreja Católica a Respeito da Recepção da Comunhão Eucarística para os Fiéis Divorciados e Novamente Casados”, e que melhores frutos e resultados a curto prazo apresentava: a Pastoral dos Casais em 2ª União – Grupo Bom Pastor, da Arquidiocese de Porto Alegre-RS.

Diante dessa constatação, esse trabalho pastoral denominado Casais em 2ª União – Grupo Bom Pastor, desenvolvido em Porto Alegre-RS, foi convidado pela Coordenação da Comissão Nacional de Pastoral Familiar do Setor Família da CNBB a apresentar oficialmente essa sua experiência.

Em abril de 1996 essa atividade pastoral para os Casais em 2ª União – Grupo Bom Pastor da Arquidiocese de Porto Alegre-RS foi apresentada aos participantes do Encontro Regional Sul 3 da Pastoral Familiar que congregava as Coordenações Diocesanas da Pastoral Familiar do Estado do Rio Grande do Sul, realizado na cidade de Cruz Alta-RS.

Em setembro de 1996, a atividade pastoral dos Casais em 2ª União – Grupo Bom Pastor da Arquidiocese de Porto Alegre, foi oficialmente apresentada e muito bem acolhida e aceita, ao Setor Família da CNBB no Encontro Nacional de Assessores da Pastoral Familiar e no Encontro Nacional da Pastoral Familiar do Brasil, ambos realizados na cidade de Belém, Estado do Pará.

Participou, ainda: do “Encuentro Regional del Cono Sur, Brasil y Paraguay de la Pastoral Familiar” promovido pelo SEPAF/CELAM (novembro de 1998) cujo tema foi “Pastoral de las Famílias en Situaciones Irregulares y la Pastoral de los Divorciados” realizados em Santiago-Chile; do I Encontro Nacional de Agentes da Pastoral Familiar para os Casos e Situações Especiais – Casais em 2ª União” promovido pelo Setor Família e Vida da CNBB, realizado em Brasília-DF em 06 de junho de 2000; e do II Encontro Nacional de Agentes da Pastoral Familiar para os Casos e Situações Especiais – Casais em 2ª União” promovido pelo Setor Familiar e Vida da CNBB realizado em Brasília-DF em 8 e 9 de junho de 2001; apresentou, novamente, sua metodologia, seus objetivos, sua dinâmica e seus conteúdos no VI Seminário Nacional de Assessores da Pastoral Familiar e no X Congresso Nacional da Pastoral familiar, ambos realizados em setembro de 2002 em Recife-PB.

As atividades de pastoral familiar do Grupo Bom Pastor – Casais em 2ª União, da Arquidiocese de Porto Alegre, está integrada, oficialmente, na Comissão Regional de Pastoral Familiar – Sul 3 da CNBB, inserida no Setor Casos Especiais.


4- ONDE SE SITUAM AS ATIVIDADES DO SERVIÇO BOM PASTOR AOS CASAIS EM 2ª UNIÃO EM RELAÇÃO A PASTORAL FAMILIAR

Diante da Pastoral Orgânica da Diocese ou da Paróquia e seguindo as orientações do Papa João Paulo II na Exortação Apostólica “Familiaris Consortio” nºs 77 à 84 e as diretrizes da Pastoral Familiar emanadas do Setor Família e Vida da CNBB, através da Comissão Nacional da Pastoral Familiar, contidas no Documento nº 65 da CNBB “Pastoral Familiar no Brasil” e o documento “A Pastoral Familiar na Paróquia – Guia de Implantação”, as atividades do Grupo Bom Pastor – Casais em 2ª União, caracteriza-se por ser um serviço da Pastoral Familiar, constituindo-se num dos Setores da Pastoral Familiar (chamado Setor dos Casos Especiais) com o objetivo de desenvolver a acolhida e a evangelização dos casais recasados. Não se trata de um movimento, nem de uma atividade pastoral paralela, mas sim um serviço da Pastoral Familiar, e nela deverá estar inserido e totalmente integrado.


5- DIREÇÃO E COORDENAÇÃO DAS ATIVIDADES DO SERVIÇO DE PASTORAL FAMILIAR CASAIS EM 2ª UNIÃO - GRUPO BOM PASTOR

5.l – Em nível de Diocese:

As atividades pastorais para os Casais em 2ª União – Grupo Bom Pastor devem ser desenvolvidos pela Comissão Diocesana de Pastoral Familiar, através do Setor de Casos Especiais, onde deverá ser formada uma Equipe de Coordenação nomeada pelo Bispo Diocesano, composta por: Diretor Espiritual, Casal Coordenador Geral, Casal Coordenador do Pré-Encontro, Casal Coordenador do Pós-Encontro, Casal Coordenador do Setor de Formação, Casal Coordenador do Setor de Expansão, Casal Responsável pela Secretaria e Comunicação, Casal Responsável pela Tesouraria e Patrimônio.

Caso a Diocese tenha uma divisão pastoral (área, setor, região ou vicariato) deverá haver um casal representante do Grupo Bom Pastor – Casais em 2ª União dessa divisão diocesana, sempre via coordenação de Pastoral Familiar dessa área.

5.2- Em nível de Paróquia:

As atividades pastorais para os Casais em 2ª União – Grupo Bom Pastor devem ser desenvolvidas pela Comissão Paroquial da Pastoral Familiar através do Setor de Casos Especiais onde deverá ser formada uma Equipe de Coordenação composta pelo Pároco e por 3 (três) casais com as funções de Diretor Espiritual, Coordenador Paroquial, Coordenador de Pré-Encontro e Coordenador do Pós-Encontro.

5.3 – Em nível Regional da CNBB:

As atividades pastorais para os Casais em 2ª União – Grupo Bom Pastor em nível Regional da CNBB será desenvolvida pela Comissão Regional da Pastoral Familiar respectiva, através de seu Setor de Casos Especiais que formará uma Equipe para desenvolver as atividades do Bom Pastor.


5.4- Em nível Nacional:

De acordo com o que já foi descrito em itens anteriores as atividades dos Casais em 2ª União – Grupo Bom Pastor se caracteriza por ser um serviço da Pastoral Familiar. Sendo assim, o Grupo Bom Pastor – Casais em 2ª União deverá estar representado no Setor Casos Especiais da Comissão Nacional da Pastoral Familiar, cabendo a CNPF através desse Setor a supervisão dessas atividades, em relação aos Regionais da PF.

5.5 – Somente poderá levar o nome de “Casais em 2ª União – Grupo Bom Pastor” aquelas atividades que observarem as diretrizes, normas, orientações, filosofia, mística, organização metodológica e temática contida

no “Manual de Instruções – Casais em 2ª União- Grupo Bom Pastor” e nos Temários “Eu Sou o Bom Pastor” nº1 e nº 2 da Arquidiocese de Porto Alegre. A Comissão Arquidiocesana Casais em 2ª União – Grupo Bom Pastor, da Arquidiocese de Porto Alegre, fornecerá, via Setor de Casos Especiais da Comissão Regional da Pastoral Familiar Sul 3 da CNBB, subsídios, orientações, assessoramento e publicações para o desenvolvimento dessas atividades para os níveis de coordenação acima especificados.


6- OBJETIVO DO GRUPO BOM PASTOR – CASAIS EM 2ª UNIÃO

* O Grupo Bom Pastor – Casais em 2ª União é um serviço da Pastoral Familiar objetivando o acolhimento e a evangelização dos casais em 2ª união, procurando despertá-los e integrá-los na comunidade paroquial e com isso atender o apelo do Papa João Paulo II na Exortação Apostólica “Familiaris Consortio” nº 84.



7- A QUEM SE DESTINA:



* A casais constituídos por pessoas que foram casadas (unidas pelo Sacramento do Matrimônio, na Igreja Católica), que se separaram ou se divorciaram e realizaram uma nova união estável e que desejam voltar a participar da vida da Igreja.



8- METODOLOGIA:

* As atividades desse serviço da Pastoral Familiar, denominado Grupo Bom Pastor – Casais em 2ª União, desenvolve-se em 4 momentos distintos, indispensáveis e inter-relacionados entre si: Encontro de Reflexão, Reuniões de Grupo, Reencontros, Cursos de Formação e Reflexão.



9- ENCONTRO DE REFLEXÃO:



* O Encontro de Reflexão se desenvolve durante um dia inteiro, preferencialmente em um Domingo (podendo, entretanto, dependendo da realidade, ser realizado em um Sábado ou dia feriado), das 8 horas às 20 horas. É organizado e conduzido por um grupo de casais ligados ao Setor de Casos Especiais da Pastoral Familiar da Paróquia (e ou Diocese) com a participação efetiva de um sacerdote que desempenhará a função de Diretor Espiritual do Encontro, podendo participar, ainda, nas Equipes de Serviço, dependendo da realidade paroquial, casais ligados a movimentos e serviços de casais e ou famílias.



* O Encontro de Reflexão tem como objetivo acolher os casais em 2ª união, que se consideram pecadores, excluídos e marginalizados do seio da Igreja, levando a eles as palavras do Evangelho de Jesus Cristo e as palavras acolhedoras do Magistério da Igreja. Apresentar-lhes, ainda, um Deus que é puro Amor, cheio de misericórdia, que ama tanto o justo como o pecador, e que está sempre pronto a perdoar. Objetiva, igualmente, refletir com estes casais sobre a situação que eles se encontram nesta segunda união, mostrando-lhes o verdadeiro sentido da vida; o amor pleno de Deus; o perdão; a beleza da vida em oração, da Comunhão Espiritual e a mensagem de Jesus o Bom Pastor. Visa, igualmente, dar condições para seu crescimento espiritual, conjugal, familiar. Despertá-los e integrá-los na comunidade paroquial, estimulando-os a participar de suas atividades, tanto religiosas, como pastoral, de ação social e caritativa, fornecendo-lhes pistas concretas para sua ação e perseverança. O Encontro é constituído de uma seqüência de palestras e testemunhos de casais em 2ª união, intercaladas por reuniões de grupo e cânticos, abordando os seguintes temas:



* Palestra Inicial apresentando o que é o Bom Pastor e a metodologia que será desenvolvida no Encontro de Reflexão;
* Conhece-te a ti mesmo
* O Sentido da Vida
* O Amor de Deus
* O Perdão
* Minha Vida de Fé em Jesus Cristo
* Jesus, o Bom Pastor
* Comunhão Espiritual
* Tocar o Senhor
* A Proposta da Igreja
* A Perseverança



10- REUNIÕES DE GRUPO:

* As Reuniões de Grupo de Casais em 2ª União, formados a partir do Encontro de Reflexão, são realizadas semanal ou quinzenalmente nas residências dos casais, em rodízio, tendo duração máxima de 2 (duas) horas, utilizando-se os Temários “Eu Sou o Bom Pastor”, nº 1 e nº 2, criados especialmente para esse trabalho.



11 – REENCONTROS:



* Os Reencontros são reuniões realizadas periodicamente (mensal ou bimestral) nas dependências da comunidade paroquial. Tem por finalidade reunir todas as pessoas integrantes dos Grupos de Casais em 2ª União que vivenciaram o Encontro de Reflexão Bom Pastor de uma Paróquia. Objetiva, ainda, um crescimento na fé, na vida conjugal e familiar, na vivência e inserção da comunidade paroquial e na Igreja, por meio de estudo, reflexão e ação e o incremento da fraternidade, na construção do Reino de Deus.



12 – CURSOS DE FORMAÇÃO:

* Os Cursos de Formação tem a finalidade de aprofundar o conhecimento sobre a missão do cristão, do casal e da família, fazendo uma reflexão sobre o que é ser Igreja hoje. Motivar e preparar os participantes para o trabalho de Equipes de Serviço nos Encontros de Reflexão do Bom Pastor. Estimular a perseverança e conversão contínuas. Efetuar uma revisão de vida dos casais (conjugal, familiar, apostólica) e um aprofundamento na fé e na vida espiritual. São realizados periodicamente em forma de cursos, dias ou noites de formação e retiros espirituais.



13 – IMPLANTAÇÃO

13.1 – O Pároco deverá querer em sua Paróquia, esta atividade do grupo Bom Pastor – Casais em 2ª União e estar de acordo e disposto a conduzir e acompanhar esse serviço da Pastoral Familiar e dar continuidade, acompanhamento e assistência aos casais que irão vivenciar o Encontro de Reflexão do Grupo Bom Pastor.

13.2 – O Pároco deverá efetuar uma solicitação oficial, por escrito, encaminhando-a a Coordenação Diocesana dos Casais em 2ª União – Grupo Bom Pastor ligada ao Setor de Casos Especiais da Comissão Diocesana da Pastoral Familiar que analisará o pedido e orientará como proceder para sua efetiva concretização.

13.3 – A Paróquia deverá ter uma estrutura mínima para poder desenvolver essa atividade junto aos casais em 2ª união estável; estar a Pastoral Familiar implantada, ou na sua falta, ter um número de casais de boa vontade e disponíveis, de boa formação religiosa, preferencialmente, casais ligados aos movimentos familiares da Paróquia.

13.4 – A Comissão Diocesana dos Casais em 2ª União – Grupo Bom Pastor ligada ao Setor de Casos Especiais da CDPF após a aprovação da solicitação de implantação solicitará uma reunião com o Pároco e com a Comissão Paroquial de PF a fim de efetuar uma explanação sobre os objetivos, metodologia e dinâmica do Bom Pastor.

13.5 – O Pároco escolherá, via Comissão Paroquial da PF, um casal para ser o Coordenador Paroquial do Grupo Bom Pastor e que integrará o Setor Casos Especiais da PF da Paróquia.

13.6 – Para realização do 1º Encontro de Reflexão do Grupo Bom Pastor, deverá haver um mínimo de 20 (vinte) casais em 2ª união interessados em participar, devendo ter, ainda, a possibilidade de participação ativa do Pároco no decorrer de todo o Encontro de Reflexão. Quando houver um número menor de participantes ( 6 no mínimo) será, a critério da Comissão Diocesana, concedida vaga em um dos Encontros de Reflexão que serão realizados na Diocese. Nesse último caso, o grupo de casais em 2ª união, deverá ir acompanhado de um Casal Coordenador do Grupo, pertencente àquela Paróquia e do respectivo Pároco. Nesse caso, entretanto, essa situação somente poderá ocorrer, depois que a Comissão Diocesana tiver efetuado a reunião acima citada.

13.7 –A Comissão Diocesana dos Casais em 2ª União – Grupo Bom Pastor orientará toda a implantação desse serviço pastoral na Paróquia, dirigirá o 1ºEncontro de Reflexão. Posteriormente dará toda a formação necessária para a continuidade, crescimento e desenvolvimento do Grupo Bom Pastor, acompanhando, inclusive a realização do 2º Encontro de Reflexão.

13.8 – A implantação nas Dioceses deverá acontecer via Comissão Regional da Pastoral Familiar Sul 3 – Setor de Casos Especiais que ativará sua Equipe junto a Comissão Arquidiocesana dos Casais em 2ª União – Grupo Bom Pastor da Arquidiocese de Porto Alegre, fornecendo todas as orientações, subsídios, assessoramento e material do Grupo Bom Pastor – Casais em 2ª União.


14- MATERIAL IMPRESSO:

* “MANUAL DE INSTRUÇÕES”
* “EU SOU O BOM PASTOR” – TEMÁRIO Nº 1
* “EU SOU O BOM PASTOR” – TEMÁRIO Nº 2




15 – INFORMAÇÕES E SOLICITAÇÃO DE MATERIAL:

Casal Coordenador do Setor de Casos Especiais da

Comissão Regional da Pastoral Familiar Sul 3 – CNBB

Casal Coordenador da Comissão Arquidiocesana Casais em 2ª União – Grupo Bom Pastor – Pastoral Familiar - Arquidiocese de Porto Alegre-RS

* Kleber e Laureci Ferreira – fone/fax (51) 3341-2452,

Rua Pedras Altas, 180 – Passo D’Areia

91030-060 – PORTO ALEGRE – RS

E-Mail: klaufer@terra.com.br;

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